Resenha: Dunkirk - Carta Verde

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sábado, 23 de dezembro de 2017

Resenha: Dunkirk



Ao contrário do que muitos filmes com a temática de guerra focalizam, "Dunkirk" surpreende com seu enfoque no emocional dos personagens e na situação conflituosa entre os soldados que sobreviviam a todo custo à investida alemã contra as últimas tropas de resistência francesa e inglesa.



O filme inicia apresentando um dos que viriam a se revelar como protagonistas da narrativa. A cena aborda com uma naturalidade sádica e real a face verdadeira da guerra, onde soldados são fuzilados aos montes e caem ao chão sem vida sem que sequer entendamos o que realmente está acontecendo até minutos depois.
Logo a seguir vemos um pobre fuzileiro desesperado tentar entrar na navegação inglesa que partia levando consigo médicos e feridos de guerra. O homem tenta a todo custo entrar no navio, chegando ao ponto de passar-se por médico de guerra que carregava um ferido. No entanto, sua tentativa frustada de adentrar à embarcação não acaba por aí, conseguindo através de um incidente a permissão para entrar em um outro navio que viria a partir alguns instantes depois.


Fionn Whitehead como "Tommy"

A trilha sonora do filme, juntamente com a sequência de junção entre cenas rápidas e decisivas com enfoques nos protagonistas faz com que aquele que assista sinta-se de certo modo participante de toda aquela situação. Numa mescla de drama e suspense, o filme economiza no quesito ação, priorizando os diálogos e o prolongamento de cenas de interação dos personagens, porém o efeito de tal escolha não prejudica de maneira alguma as expectativas daqueles que esperavam por um bom filme de guerra. Este talvez seja o ponto forte de "Dunkirk": abordar o tema da guerra sob uma vertente não tão bem explorada até então, fugindo do exagero das explosões e das sequências de cinco minutos de troca de tiros entre os combatentes que não acrescentavam nada para a história, somente serviam como eixos para manter a atenção do público.



Além de toda a sua trama muito bem construída, deve-se atentar principalmente para a trilha de efeitos sonoros do filme. Com a devida atenção no plano de fundo melancólico e rápido proposto pelo produtor, conseguimos mergulhar profundamente na mente dos personagens e nas situações apresentadas. Mesmo de olhos fechados, as musicas remetem de tal modo à ação e ao mesmo tempo o temor do filme que é possível afirmar com certeza a emoção e a genialidade imposta sob todos os artifícios sonoros da narrativa, com uma mistura entre a simplicidade e o tradicional.



Algo que talvez incomode quem não é acostumado com filmes que apresentam diferentes pontos de vista na história é justamente o fato do filme conter três núcleos distintos.
Cada personagem apresentado é muito bem explorado pelos atores, cabendo fazer uma ressalva ao piloto inglês Farrier, interpretado pelo astro de Hollywood Tom Hardy, famoso por seus papéis em "Mad Max: Fury Road" e "The Revenant". O protagonista do filme é apresentado como um herói de guerra que em diversas cenas salva embarcações de bombardeios vindo das aviações inimigas alemãs.



Nesse sentido, pode-se afirmar que "Dunkirk" é um excelente filme para os amantes do gênero em questão. Abordando a guerra de uma forma peculiar e pessoal, Christopher Nolan consegue entregar um bom filme de suspense e drama, onde são ignorados os exageros e os excessos até então apresentados por filmes como "O Resgate do Soldado Ryan", priorizando a simplicidade e as emoções dos personagens.
E você? O que achou do filme?

Um comentário:

  1. Excelente filme, desfrutei muito. Christopher Nolan como sempre nos deixa um trabalho de excelente qualidade, sem dúvida é um dos melhores diretores que existem, a maneira em que consegue transmitir tantas emoções com um filme ao espectador é maravilhoso. Dunkirk é um filme com un roteiro maravilhoso. É um filme sobre esforços, sobre como a sobrevivência é uma guerra diária, inglória e sem nenhuma arma. Acho que é um dos melhores Tom Hardy filmes é uma produção que vale a pena do principio ao fim. É um exemplo de filme que serve bem para demonstrar o poder do cinema em contar uma história através de sons e imagens, que é, diga-se de passagem, a principal característica da sétima arte.

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