A longa jornada do escritor Brasileiro - Parte 1 - Carta Verde

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terça-feira, 7 de março de 2017

A longa jornada do escritor Brasileiro - Parte 1



Fazendo uma clara alusão ao mito do herói de Joseph Campbell podemos traçar um longo percurso do escritor brasileiro, desde o início de sua jornada, onde entra em contato com o seu tutor, até o fim, onde se vê realizado por terminar uma obra que lhe custou muito tempo e recursos.
É preciso deixar bem claro que muitas das vezes os escritores sequer conseguem terminar sua jornada, ou, mesmo que consigam, o mercado editorial torna de difícil acesso a disponibilização de sua obra para o público, uma vez que cobram o olho da cara por livro publicado, fazendo com que os novatos no ramo sintam-se cada vez mais desmotivados à venda de livros físicos e optem por ebooks ou outras plataformas de leitura digital, afinal, escritor é mesmo um ̶f̶u̶d̶i̶d̶o̶ quebrado na questão financeira.
Mas mesmo com todos os obstáculos um herói nunca desiste de seu percurso, mesmo que isso lhe custe muito mais do que ele imaginara. É com essa introdução que iniciamos a jornada do escritor brasileiro, uma das mais difíceis de trilhar no mercado de livros.


Mundo comum



É nessa fase onde você, depois de muitas e muitas histórias jogadas fora decide por fim arriscar completar um livro.
No início você tem muitas ideias e fica altamente entusiasmado com a inovação que aquilo trará para o gênero que você escreve. Você anota informações e mais informações o tempo todo, desde personagens e cenas até ambientes e diálogos. Tudo guardado no seu bloco de anotações do computador ou com uma caderneta física. É nesse momento que você descobre o potencial de sua imaginação e a criatividade, parecendo-lhe que nunca alguém poderia pensar em algo como o seu projeto.
Os primeiros dias são empolgantes. Ideias e mais ideias vão chegando e você até começa a escrever algo. E então a primeira e segunda semana se passam.
Na terceira semana você relê o seu projeto vez por vez e em cada nova leitura você pensa algo do tipo "meu deus, como eu pude escrever algo tão ruim, preciso cortar essa parte", até que de recorte em recorte você decide por fim jogar o seu projeto na lata de lixo, com o pensamento de que aquilo era a pior coisa que alguém poderia ler e nunca chegaria a ser publicado. O mundo comum gira em torno dessa sequência de histórias intermináveis que você vai descartando, acostumando-se com isso e colocando em sua cabeça que ninguém nunca lerá sua história.


O Chamado




Depois de muitas tentativas você enfim acha que o projeto está dando certo. Foi através de avaliações familiares e de amigos próximos de sua obra que você ganhou confiança suficiente para enfim disponibilizar partes de seu livro em sites na internet, com a esperança vaga de que suas expectativas não foram colocadas em algo sem sentido.
Apreensivo e de certo modo temeroso você espera as avaliações dos leitores. Você espera horas e mais horas, a angústia começa a ficar maior e você pensa até em retirar o seu livro da internet, pois crê que está passando vergonha. E então lá está ele, o primeiro comentário! O que você acha que seria um comentário positivo torna-se o seu primeiro pesadelo.
Uma avaliação sem nenhuma crítica construtiva foi despejada no seu texto, apenas dizendo que você precisa parar porquê não leva jeito. As vezes esses comentários nem chegam a ser digitados, mas por falta de avaliações você acha que é isso que todos estão pensando. 
É quando você perde as esperanças de vez em sua história que você encontra o primeiro 
comentário construtivo, avaliando algum diálogo mal construído ou algum personagem não bem trabalhado, ele é o seu público, ele é o seu mentor.


Mentor




Depois de mais e mais comentários você de certa forma começou a trabalhar em seus principais deslizes de narrativa. Mesmo que muitas vezes o público pareça fazer críticas que não possuem nenhum embasamento você se vê na obrigação de checar se aquilo pode ser retrabalhado, visando sempre um aprimoramento, afinal o seu público se mantêm fixo, e quanto menos erros mais visualizações e avaliações positivas de sua obra, um sinal claro de seu crescimento.
No início seu mentor é muito duro e por vez você sente-se na posição de defender seus personagens, cenas e ambientes com toda a garra de uma mãe que protege o seu filho, mas no fim você sabe que o seu mentor já passou por tudo aquilo que você está passando e sabe qual é a melhor maneira de fazer com que sua história seja digna de uma bom público.
Quando por fim você acha que obteve controle sob suas palavras e sabe dosar bem o desenvolvimento de sua história você se dá conta de que já aprendeu tudo que precisava com o mentor e que agora deve seguir em frente para a próxima etapa.

E aí? Curtiu o texto? Em breve postarei a segunda parte! Continue acompanhando o blog. Aproveite o tempo que você tem até lá e inicie a sua jornada do escritor, afinal, quanto mais rápido você começá-la mais cedo irá termina-la.

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